Léa

ensino , aprendo e faço arte ...

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

A greve dos Correios

Um dia desses , olhei minha caixa do correio
(correio real, não virtual),
vazia...
E pensei então nas cartas que chegariam ,
os envelopes...toda a correspondência amontoada nos postos ...
.E aí me deu uma vontade de fazer poesia....
(Moça lendo carta - Almeida Junior)


A Greve

Elas chegarão um dia...
as cartas de amor, as palavras e seus perfumes...
Elas, e as outras....as cartas dos filhos ,
 as  cartas das mães...
(O terapeuta - Rene Magritte)

Em que bolso elas chegaram até ao correio?
Que mãos as levaram e selaram?
Que olhos as viram abertas,pela última vez?
Lá estão elas, entre multas e faturas, entre números, cifras e datas...
sem afinidades, caladas....
(escuta...são os risos dos avisos de prêmios....
trancados em outros envelopes...)
(A ponte de Heráclito - rene Magritte)

Um dia elas chegarão, não sei se a tempo de você  abrir...
antes do trem que está chegando,
antes do ônibus., antes da hora...
E você terá que decidir,
ainda na plataforma,
procurando os ponteiros,
olhando para trás...
(Modelo vermelho - Rene Magritte)

Há também os pacotes, seus olhos arregalados,
os barbantes sizudos,
os nós que não perdoam...
Eles estão lá, promíscuos,
por cima delas, entre elas...
pobres cartas carregadas de palavras escritas a mão...
cheias de erros,
humanas....
(Joquei perdido - Rene Magritte)

Quem aqui sabe o que significa remetente?
Quem se lembra da última carta que recebeu?
Você escreveu uma carta a alguém?


domingo, 18 de setembro de 2011

Registros

Eu me sinto feliz quando algum amigo
me oferece um texto de sua própria autoria
para enriquecer o blog...
Aqui, vocês vão ler um texto
da Rose de Lis...
Escolhi essas imagens que achei num blog chamado
Tatuagens são registros...

Registros.

Há pessoas que emanam puro amor.
Transmitem com facilidade pelos poros, pelos pensamentos, pelo olhar, pelo toque, pelo sorriso ... aquele carinho todo especial.
O ar fica até impregnado de tanta fragrância.
E foi assim ...
Não havia pessoa igual.
Aquele senhor grisalho, alto, com voz grave mas tom de criança.
Sua presença era verdadeira alegria. Dia de festa.
Festa dos anjos. Que gostoso era ficar ao seu lado e envolver-se daquele bálsamo energético !
Seu sorriso envolvia-nos com ternura e nos dava tranquilidade,.
Suas palavras confortavam, amparavam, alimentavam o espírito.
Seu humor era inabalável. Não havia um traço de preocupação em seu semblante.
Era a paz personificada.
Como seria seu coração ? Sinto que era um verdadeiro arcó-íris macio feito algodão doce. E doce feito o amor.
Meu padrinho não era um ser de outro mundo, mas deste mesmo.
Ele era do mundo das formas, da matéria, embora muitas vezes eu achasse que ele desapareceria num passe de mágicas.
Ele era o que chamamos de anjo encarnado, desses seres que convivem conosco e não desconfiamos (ou desconfiamos) que estão por aqui e por ali para guiar, orientar, ouvir, amparar.
Por treze anos tivemos um encontro anual. Isso mesmo, tivemos treze encontros apenas, nesta vida.
O dia do encontro, era muito especial . Era o dia do meu niver !!!
E o maravilhoso presente que recebia era a  sua presença.
Certamente ele trazia o presente material embrulhado numa folha deslumbrante. Mas lembro-me muito pouco disso, quase nada.
Como pode-se perceber, o presente na caixa era insignificante.
O que me mantinha alerta, ansiosa e vibrante era saber que podia contar com sua presença.
Mesmo que fosse em outra data do ano, não importa, sabia que ele estaria lá. E isso bastava.
Que presente era a sua presença !

Esse registro mantenho carimbado em meu coração para sempre.
Ainda não temos consciência de como é importante trabalhar a energia pessoal, para que possamos viver em paz,  transmitir o melhor para nosso próximo e o ambiente no qual vivemos.
Trabalhar a energia pessoal significa querer enxergar as próprias mazelas, entendê-las, organizá-las e principalmente tratá-las.
Quem trabalha a energia pessoal pratica o auto amor. Nunca se sente só, porque está sempre se acompanhando, observando, tratando, "conversando com os próprios botôes".
Quem trabalha a energia pessoal está sempre na presença de si mesmo.
Na presença da Luz de Deus, porque está exercitando a verdadeira vigilância.
Vigiar o que sente, o que pensa, o que fala e o que faz. Não como um fiscal ou sentinela que pune pelos erros ...
Mas como a pessoa que mais se ama.
Querer-se bem é isso: cuidar-se por dentro.
Isso é amor verdadeiro.
Amor divino.
Como é bom poder transmitir e receber o melhor.
O melhor que já está em nós, esperando por um lustro para poder brilhar e iluminar o caminho.
Nestes treze encontros, recebi o maior e melhor presente: o amor incondicional.
Este presente faz a diferença na vida das pessoas.
É abundância por dentro e por fora.
É um constante multiplicar o amor por si e pelo próximo.
Quanto mais nos doamos ... mais Luz no caminho derramamos.
E assim como recebemos, espero que sejamos capazes de ofertar.
E quem sabe, neste exercício ... possamos ser anjos uns dos outros, impregnando a atmosfera terrestre com o encanto da vida que é justamente estar vivo.

(Rose de Lis)




quinta-feira, 8 de setembro de 2011

O círculo dos 99

Esse texto foi retirado do blog
e de acordo com a Wikipedia, seu autor é
Ítalo de Souza Cardoso
 " Você já ouviu falar? Vale a pena conhecer. Dizem que um rei triste contratou um bobo da corte muito feliz para alegrá-lo. Porém, mais do que rir, ele queria saber o que tornava o bobo tão feliz. Ele consultou os sábios da corte, que concluíram: o bobo era assim porque estava fora do círculo dos 99. Para exemplificar sua teoria, sugeriram que o rei deixasse na porta do bobo um saco com 99 moedas de ouro e o observasse escondido. Além disso, o monarca deveria deixar o seguinte bilhete: "Estas 100 moedas de ouro são suas. O tesouro é um prêmio por você ser um homem bom e feliz. Desfrute-o e não conte a ninguém onde o encontrou". O rei aceitou o desafio.




O bobo achou o presente e, sem acreditar no que via, começou a contar as moedas: 97, 98... 99! Faltava uma! Inconformado, contou de novo.
 "Que droga! Como assim?!?", perguntava a si mesmo. O rei via que, em vez de ficar contente por ter recebido as moedas, ele estava com uma expressão angustiada e tensa. Depois de recontar o dinheiro, o bobo começou a fazer planos de como conseguiria a última moeda, tarefa que iria consumir alguns anos e que o manteria insatisfeito e infeliz até realizá-la. Abismado, o rei presenciava como o menestrel acabava de entrar para o círculo dos 99, e assim iniciava sua vida de homem infeliz."
(Jim Carrey in Christma's Carol)

Eu, você, todos nós somos mais ou menos assim...não conseguimos ver
as 99 moedas que temos...
e nos desesperamos por aquela única que nos falta....


"Quantas coisas mudariam se pudéssemos desfrutar de nosso tesouro tal como é! Se este é o seu problema, a solução para sua vida está em saber valorizar o que você tem ao seu redor, e não lamentar-se por aquilo que não tem ou que poderia ter..."
(www.metaforas.com.br)